Diversos estudos mostram que intervenções na área da saúde e educação através de games trazem a vantagem de facilitar a adesão dos pacientes, especialmente as crianças, ao tratamento e de mantê-los motivados por mais tempo. Isso porque, para esses autores, os games conseguem proporcionar altos níveis de engajamento e motivação. Dessa forma, surge a necessidade da criação de instrumentos nas áreas de Comportamento Motor, Linguagem, Atenção e Funções Executivas, envolvendo a relação entre a adequação dos indivíduos e a atuação profissional do neuropsicopedagogo.

Atualmente, o reconhecimento precoce de dificuldades de aprendizagem e de transtornos de neurodesenvolvimento representa um desafio para profissionais das áreas de saúde e educação. Um conjunto de resoluções nesse sentido se faz necessário para orientar metas e recursos numa perspectiva de estimulação precoce. O rastreamento é compreendido como um método de reconhecimento com a função de confirmar ou não a suspeita presuntiva de transtornos em determinada área de interesse, através de técnicas que economizem tempo e investimentos. Assim, o presente projeto tem como objetivo desenvolver instrumentos de avaliação neuropsicopedagógicos, aplicáveis em sala de aula (coletivos), que ajudem a escola na tarefa de rastreamento de escolares de risco.

As relações entre o contexto socioambiental e os diversos desfechos que podem influenciar o desempenho acadêmico são temas de grande necessidade de conhecimento do neuropsicopedagogo. Diversos estudos vêm apontando uma forte influência de fatores como hábitos alimentares, Índice de Massa Corporal, qualidade do sono e nível de aptidão física no desempenho acadêmico do indivíduo. Os resultados das principais pesquisas sinalizam que a junção desses fatores pode contribuir para a redução da depressão e da ansiedade, além da melhoria das funções cognitivas e executivas. Portanto, este projeto de pesquisa busca investigar indicadores do desempenho acadêmico de escolares e uma possível relação com a qualidade do sono, a qualidade dos hábitos alimentares e o nível de prática de atividade física numa perspectiva neuropsicopedagógica.

Estudos recentes apontam que os transtornos de aprendizagem acometem menos de 10% da população escolar, perdendo significativamente para as dificuldades de aprendizagem provocadas por questões extrínsecas ao aprendiz, tais como fatores emocionais, político-educacionais e metodológicos. Estas últimas são superáveis com intervenções neuropsicopedagógicas (Rabelo e Cardoso, 2009). Se a porcentagem de transtornos de aprendizagem é relativamente baixa, por que observamos os excessivos encaminhamentos que as escolas vêm fazendo aos serviços de saúde? Esse fato revela o despreparo de professores e profissionais de educação para reconhecerem, ou mesmo lidarem, com essas dificuldades. Nesse sentido, é fundamental:

• 1. Capacitação docente sobre rastreamento, fatores de risco e proteção, e intervenção precoce.
• 2. Produção e avaliação da efetividade de técnicas para a intervenção preventiva de dificuldades de aprendizagem.